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Sanches Alexandre


Utopia da adolescência

Utopia da Adolescência

Levanto, descanso

No canto, sem espanto

À espera de uma nova vida

Nova rotina que fatiga

Insista, perdida, maldita

O mesmo relógio na parede

Todo o dia, sem descanso e sem abrando

Levanto, mas não descanso

É hora da correria intrusiva

Que se repete, sem que te afete

Mas que a mim, me envelhece

Cansado, parado desta minha rotina
que mais se parece com um recado

Do que uma mais valia

Do milagre da vida, já me diziam

Quem não arrisca não petisca

Quem não luta, não merece

Um lugar na alta classe

Desta sociedade sem impasse

Ao crescer, sem parar, me preocupar sobre o que comer

Tenho de estudar, o exame está a aproximar

E ainda tenho 2 módulos para saber

A pressão da perfeição que esta sociedade nos atinge

como um canhão na cabeça, morte certa,

Que não é correta,

Esta pressa de ser e parecer, algo que outro quer ver

Mas não quer saber, do que se passou

Pelo que lutou e esperou

Do que adiou para ter

O que o outro quer ver, mas nunca vai saber

O que é sofrer para ser alguém nesta utopia da adolescência

Onde crescemos sem parar, com todos a olhar

E a dizer o que parecer e o que fazer

Sempre a mesma rotina, sem paciência, a pressão de alcançar a prefeitura da imperfeição, de nós humanos, esta estranha criatura.




Envoyé: 18:04 Sat, 16 March 2024 by : Sanches Alexandre age : 18